Foi meu padrasto.
Marceneiro de profissão e era um grande artista.
Ainda me lembro da prenda de casamento para a minha e saudosa irmã Constantina.
Era uma cama e uma autêntica obra de arte.
Era um homem bom, pacífico, mas muito rigoroso.
O nosso comportamento tinha de ser exemplar.
Eu era um jovem dinâmico, que não parava um minuto que fosse, a não ser para dormir.
Tinha acabado de fazer uma das minhas, normal nos jovens da minha idade. Tinha na época 12 anos de idade.
Era início de tarde. Um calor abrasador.
Só sei que levei dois valentes estalos.
Então, corri a toda à velocidade e "estacionei" a cerca de 50 metros de casa.
E juntei umas quantas pedras e cá vai disto.
A família que estava sentada a porta de casa e foi ver quem fugia mais depressa.
No dia 26.07, recibi um telefonema da Guiné, era a minha irmã Noca do outro lado da linha: "Bio o meu pai faleceu".
Estava senado no banco de suplentes do Estádio Municipal 25 de Abril, em Penafiel, a assistir a um treino da equipa.
As pessoas que estavam ao pé aperceberam-se e endereçaram condolências.
Mas o que precisava mesmo era de um forte abraço.
Engraçado!
Da minha família veio o conforto das palavras.
A paz de espírito e o verdadeiro conforto chegou com um forte abraço no dia seguite.
Este abraço valeu por mil palavras.
E palavras para quê?
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