O clima de constante tensão que se vive no futebol português, aliado à crispação entre os agentes desportivos, muitas vezes para justificarem perante as massas associativas os insucessos desportivos e na maior parte das vezes para encobrirem as verdadeiras situações financeiras dos seus clubes culpabilizando as arbitragens, acusando os adversdários, gerando um clima de violência entre os adeptos, levou a que a Federação Portuguesa de Futebol decidisse pela introdução do vÍdeo-árbitro a partir da próxima época desportiva. Decisão aplaudida por todos.
Para mim, que acompanho com interesse o fenómeno desportivo português e não só, parece-me que a Federação Portuguesa de Futebol em conjunto com os representantes dos árbitros decidiram manter toda a responsabilidade das decisões nos árbitros, diminuindo assim as desconfianças.
Entendo que essa responsabilidade devia estar repartida por todos, igualmente por aqueles que lançam suspeições sobre os árbitros. Os árbitros deviam continuar a apitar como têm feito até agora.
Por isso, às equipas deviam ser permitidas um determinado número de interrupções com recurso ao vÍdeo-árbitro, por exemplo, um limite máximo de seis interrupções durante os noventa minutos de jogo e em caso de prolongamentos mais três interrupções, sempre que entendessem que houve alguma decisão importante da equipa de arbitragem que os prejudicasse.
Esta repartição de responsabilidades iria efectivamente diminuir as queixas sobre as decisões das equipas de arbitragem.
Portanto, se o clima de tensão e de crispação existentes se baseiam numa visão e numa perspectiva diferente da das equipas de arbitragem, então o recurso ao vÍdeo-árbitro também seria usado com base nesta outra visão do jogo.
A todos os meus amigos, ficam os votos sinceros de um novo ano repleto das maiores alegrias, junto daqueles que mais amam.
Espero que o Natal dos meus amigos tenha corrido, no mínimo, em harmonia.
Assim foi o meu Natal.
Mulher e Filha
Filha e Sobrinhas
Sobrinha-neta
O Benfica marcou durante a primeira parte 3 golos.
Dominou durante 60 minutos e podia ter "matado" o jogo.
A equipa turca teve mérito, porque nunca desistiu de procurar soluções e acertou em cheio nas substituições.
O seu meio campo passou a jogar com maior critério.
Esta é a beleza do futebol.
Qual seria a leitura dos benfiquistas, caso tivessem recuperado de 3 golos durante a segunda parte?
Acredito que seria de euforia. Nada está perdido.
Foi um belo jogo de futebol.
Quanto ao resultado, dependerá sempre da perspectiva do observador.
Tal qual tinha dito.
Enquanto o Sporting manteve as suas linhas juntas, aguentou, eqilibrou o jogo e criou algumas oportunidades de golo.
Com o primeiro golo do Real Madrid e com menos um jogador, o Sporting tinha de arriscar.
Arriscou, marcou no melhor período. Tinha um pássaro na mão e queria os dois.
Caiu na tentação de manter o jogo partido, teve oportunidades para marcar, mas sujeitou-se à maior qualidade do Real que não perdoou.
Lamentável a atitude do jogador do Real que provocou a expulsão do João Pereira.
Espero e desejo que todas as equipas portuguesas envolvidas nas competições europeias consigam os seus objectivos.
Na liga dos Campeões, à primeira vista, parece que a tarefa mais difícil será a do Sporting Clube de Portugal.
Acredito que se o Sporting vencer a luta do meio campo, anulando fundamentalmente as acções do Kross, terá todas as condições para vencer.
Será proibido ao Sporting jogar em solavancos, partindo o jogo. Terá obrigatoriamente de jogar sempre apoiado, com as linhas bem juntas.
Em relação às restantes equipas portuguesas na Liga dos Campeões, o sucesso estará nos pormenores, dado o equilíbrio.
Boa sorte a todos.
Já ouviram falar das mangas da Guiné-Bissau?
Então, não percam a oportunidade de provar.
São as melhores do mundo.
DESEJO A TODOS UM ANO DE 2016 CHEIO DE COISAS BOAS, REALIZAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL
A EA Sports tem revelado vários dados sobre os jogadores mais poderosos em vários aspetos do FIFA 16 e o mais recente refere-se aos futebolistas considerados mais velozes pelo famoso vídeojogo futebolístico, que todos os anos atrai as atenções de milhões de fanáticos ano após ano.
Aí, surge já uma grande surpresa no que diz respeito aos portugueses. É que numa lista de 20 jogadores, surge apenas um futebolista nacional, o extremo Bruma, da Real Sociedad, que com 93 de velocidade supera, entre outros, Cristiano Ronaldo, que surge com 92 pontos.
De resto, no topo da tabela surge sem grande surpresa o inglês Theo Walcott (Arsenal), com os mesmos 96 de Matthis Bolly (Fortuna Düsseldorf).
Lista dos 20 mais rápidos
1. Theo Walcott (Arsenal/Inglaterra): 96
2. Matthis Bolly (Fortuna Düsseldorf/Alemanha): 96
3. Pierre-Emerick Aubameyang (Borussia Dortmund/Alemanha): 95
4. Ernest Asant (Stabaek/Noruega): 95
5. Jürgen Damm (Tigres/México): 95
6. Gareth Bale (Real Madrid/Espanha): 94
7. Jonathan Biabiany (Inter de Milão/Itália): 94
8. Dominic Oduro (Montreal Impact/Canadá): 94
9. Kekuta Manneh (Vancouver Whitecaps/Canadá): 94
10. Marco Sau (Cagliari/Itália): 94
11. Innocent Emeghara (San José Earthquakes/Estados Unidos): 94
12. Fahad Al-Muwallad (Al-Ittihad/Arábia Saudita): 94
13. Ryo Miyaichi (St. Pauli/Alemanha): 94
14. Lucas Moura (Paris Saint-Germain/França): 93
15. Juan Cuadrado (Juventus/Itália): 93
16. Raheem Sterling (Manchester City/Inglaterra): 93
17. Luciano Narsingh (PSV Eindhoven/Holanda): 93
18. Maicon (Lokomotiv Moscovo/Rússia): 93
19. Ahmed Musa (CSKA Moscou/Rússia): 93
20. Bruma (Real Sociedad/Espanha): 93
Depois do caso Bruma, estive algumas vezes na SAD do Sporting sem me ter cruzado com o presidente.
Ontem, fui acompanhar o Rúben Semedo no processo de cedência para o Vitória de Setúbal.
Estive em contato direto com o presidente, tendo sugerido algumas alterações ao teor do contrato de cedência, que prontamente aceitou.
Encontrei um presidente muito bem disposto.
Da minha parte, nunca tive receio de entrar em Alvalade porque ao longo do processo "Bruma" tratei sempre com o máximo de respeito todos os envolvidos e centrei o meu objetivo em defender os interesses do jogador e, paralelamente, os do Sporting (o Sporting encaixou com o negócio até à data €13.000.000,00).
Foi um encontro muito bem disposto.
O Benfica entrou receoso no jogo. É verdade, e o Rui Vitória já reconheceu esse facto.
Entrou receoso, não porque tinha medo do Sporting, mas apenas porque apresentou toda a linha defensiva com poucas rotinas de jogo e esse fato só por si limitou a atitude da equipa. Compreensível.
A partir dos 15 minutos, equilibrou o jogo.
Para os benfiquistas foi muito pouco. Estavam habituados a dominar.
Faltou acutilância ao Benfica, principalmente, depois de uma reacção bem conseguida ao golo do Sporting, numa fase em que dominou e demonstrou ser uma equipa competitiva e com fibra, mas ainda com poucas ideias consistentes de jogo, como equipa.
Obrigou o Sporting a recuar as linhas para zonas perigosas e a defender muito próximo da sua área de baliza, obrigando ao reforço do meio campo com a entrada do Rúben Semedo - será que foi por medo do Benfica? - que rapidamente passou a jogar como 3.º defesa central, com o objectivo de estancar o crescente caudal ofensivo do Benfica.
Compreendo a entrada do Glorioso em jogo e compreendo também o facto de, a partir dos 75 minutos, adotar o futebol direto que beneficiou o Sporting e lhe permitiu respirar melhor. Trata-se de uma constatação de que o futebol direto facilita quem defende.
Apenas compreeendo essa opção, porque a equipa das águias ainda não se sente confortável ao ponto de conseguir jogar com o relógio, mantendo uma circulação de bola eficaz e paciente.
O melhor processo para desiquilibrar a defensiva do Sporting ou de qualquer outra equipa profissional é circular a bola de forma paciente - não significa circular de forma lenta e denunciada, mas sim rápida, obrigando a diambulações até encontrar espaços de penetração.
O pontapé para a frente não está no ADN do Benfica e nenhum dos grandes clubes europeus utiliza o jogo direto a não ser de forma esporádica e durante determinadas fases do jogo, ou nas bolas de saída quando a equipa adversária utiliza a pressão alta eficazmente.
Outro aspeto do jogo que facilitou a vida do Sporting foi a entrada do Mitroglu e passo a explicar:
No jogo de ontem, a entrada de um ponta de lança tinha que ser para fixar os defesas contrários. O facto de recuar no campo à procura de bola aumentou o número de jogadores no meio campo. Tinha de fixar os defesas centrais do Sporting, o que daria mais espaço no meio campo (para além dos jogadores que ocupam posições nessa zona do campo, agora temos de somar os centaris do Sporting e o ponta de lança do benfica - muita gente, muita confusão e muitas faltas). Ora o facto de descer ao meio campo para apoiar os colegas fez com que os defesas dos leões o acompanhessem, congestionando dessa forma essa zona do campo.
Ninguém gosta de perder. Mas ontem, o Sporting foi um justo vencedor.
Não obstante, o Benfica tem uma equipa competitiva.
A minha filha enviou-me este vídeo e gostei de recordar uma etapa da minha vida.
Normalmente, não gosto muito de usar o retrovisor, mas ao ver estas imagens tive boas sensações.
Às vezes, o passado estimula-nos para "atacar" com maior vigor o presente e o futuro.
http://www.dailymotion.com/video/xj0ejk_penafiel-4-sporting-0-de-1987-1988_sport
As comparações fazem parte da competetividade e são uma forma de crescimento.
As comparações entre os treinadores do Sporting e do Benfica não fogem à regra.
De um lado, está Jorge Jesus, que, para além da competência que demonstrou ao longo dos anos que levou no Benfica, ganhou títulos e podia ter ganho mais - a ideia que deixou foi de que não conseguiu gerir o plantel que tinha à sua disposição de uma forma eficaz e competente nos momentos cruciais.
Do outro lado, está o Rui Vitória, que mostrou igualmente competência e também ganhou um título ao serviço do Vitória.
No imediato, pode-se pensar que o Benfica saiu a perder. Puro engano!
Jorge Jesus, quando chegou ao Benfica, precisou de tempo para implementar e consolidar as ideias de jogo.
O Rui Vitória também vai precisar de tempo para consolidar as suas, e os benfiquistas não podem esquecer que este treinador não é a extensão do anterior. Tem ideias próprias que precisam de ser assimiladas pelo plantel e bem entranhadas ao longo do tempo.
O Rui Vitória precisa de tempo e do apoio de todos os benfiquistas.
Depressa e bem, há pouco quem!
O facto de Luís Filipe Vieira ter elogiado o trabalho do Jorge Jesus e os elementos da sua equipa técnica durante as 6 épocas que representaram o Benfica veio repor a génese da relação essencialmente profissional que os ligava. O benfica deu muito ao Jorge Jesus, mas também o Jorge Jesus deu muito ao benfica.
Foi muito importante o presidente ter percebido que a saída do treinador não é um fim em si mesmo.
Foi, apenas, o fim de um ciclo. Jorge Jesus partiu e chegou outro treinador com grande capacidade de trabalho e potenciador de talentos. Basta ver o excelente trabalho que realizou ao longo do seu percurso como treinador, principalmente no Vitória de Guimarães.
Desejo boa sorte ao meu presidente e ao Rui Vitória.
O apelido do treinador augura um futuro risonho.
Boa jogada presidente.
No futebol, prevalece quase sempre a emoção. Às vezes, é preciso analisar as coisas com alguma frieza. Sendo Marco Silva um treinador jovem e com mercado de trabalho, dada a sua competência e o facto de que deseja começar a época a trabalhar, a estratégia do Sporting, numa análise fria, faz todo o sentido se entendermos que não desejam pagar um cêntimo. A nota de culpa com mais de quatrocentas páginas obrigará a uma leitura atenta e a uma defesa ponto por ponto, o que fará com que a defesa vá necessitar dos dez dias. Depois, o instrutor teria tempo suficiente para analisar o processo, de forma a que a época desportiva já estaria em andamento antes do término do mesmo (isto, se se cumprissem rigorosamente os prazos). Ou seja, a época desportiva estaria em andamento. Isto é, se se cumprisse rigorosamente os prazos para a conclusão do processo. Ora, se Marco Silva deseja dar continuidade ao seu projecto profissional deverá avançar para uma rescisão amigável do contrato de trabalho. Porquanto, se rescindir apenas de forma unilateral estará sujeito a pagar uma indemnização ao Sporting e, se deixar correr o processo disciplinar, poderá sair vencedor. Mas para ganhar o dinheiro correspondente aos anos de contrato que falta cumprir, significaria estar desempregado e depender do subsídio de desemprego. Tudo bem pensado pelo Sporting e Marco Silva, embora tenha a razão do seu lado, está encurralado. Acho que todos iriam compreender se propusesse uma rescisão por mútuo acordo. O Sporting usou uma manobra legal para não pagar e para, se tiver que pagar, prejudicar enormemente a carreira do treinador. Desistir neste caso não seria uma derrota. Força, Marco Silva.
Parece evidente que esta história da não renovação do Jorge Jesus com o benfica está a ser mal contada.
Fui colega do Jorge Jesus no Sporting Clube de Farense e aquilo que sei e conheço é que é um homem que acredita e fortalece as relações de amizade.
Romper desta forma com o benfica e principalmente com o presidente Luís Filipe Vieira, parece-me muito estranho.
O Jorge Jesus que conheço não aceita ser manipulado por ninguém.
Até agora, temos ouvido apenas uma versão dos acontecimentos.
Apenas a história que coloca o treinador Jorge Jesus como o único culpado, o mau da fita e intitulado de ingrato.
Deu e recebeu do Benfica e o contrato que os ligava terminou.
O Jorge Jesus é acima de tudo um profissional.
A renovação do contrato de trabalho pressupõe um acordo e na eventualidade de esse acordo não acontecer não existem razões objectivas do clube para decidir quem treinar ou onde treinar.
Acredito que, a verdadeira história da não renovação do treinador Jorge Jesus com o benfica ainda não foi contada.
Acredito que o futuro se encarregará de nos contar a verdadeira história.
Em relação aos fundamentos invocados para a rescisão com justa causa com o treinador Marco Silva parece uma brincadeira de mau gosto.
Não convocar o Bruma para a Selecção "Sub 21" é uma vergonha.
Seria o mesmo que não convocar o Cristiano Ronaldo para a Seleção "A".
Trata-se de uma retaliação por ainda continuar com o seu agente e a desculpa não pode ser que não jogou.
Não acredito.
Jogou e muito. É Campeão Nacional e prepara-se para vencer a Taça da Turquia.
Apenas para registo:
Época 2014/2015
30 jogos (1.175 minutos): 20 jogos na Liga, 1 jogo Super Taça, 5 jogos na Taça da Turquia e 4 jogos na Liga dos Campeões.
16 vezes titular
3 golos
A razão será o facto de o Bruma ser representado pelo intermediário de jogadores Catio Baldé e não por.....
É UMA VERGONHA.
O habitual tratamento e atenção prestados pelos dirigentes do clube nas nossas viagens a Istambul foram sempre extraordinários.
Desta vez não fugiu à regra.
Instalados no Hotel Sheraton Atakur
Recebidos pelo n.º 2 da Comissão Administrativa
Encontro com o treinador
A caminho do estádio
Assisti, no último domingo, a um excelente jogo de futebol entre duas equipas de top, Galatasaray 2 - Besiktas 0.
O estádio estava completamente cheio apenas com os adeptos afectos à equipa da casa e o ambiente extraordinário.
Com o empate do Fenerbahçe, o Galatasaray sagrou-se Campeão da Turquia.
Por isso, parabéns ao novíssimo campeão "Bruma".
Espero que vença a final da Taça da Turquia, no dia 3 de junho, pela segunda vez consecutiva, e faça a dobradinha.
Rudinilson assina contrato com o Lechia Gdansk.
Depois de rescindir o contrato de trabalho que o ligava ao Benfica, o jogador transferiu-se para o Lechia de Gdansk - contrato com duração de 3 épocas desportivas (O Benfica mentém uma percentagem nos direitos económicos numa eventual transferência).
Vice-presidente do Lechia Gdansk:
Andrzej Juskowiak foi o nosso interlocutor durante o período em que permanecemos na Polónia.
O nosso muito obrigado pela cordialidade e simpatia com que nos recebeu.
Num passeio em família para apreciar a beleza de Lisboa e a Volta a Portugal em Bicicleta, tive o prazer de me cruzar com uma das lendas do futebol mundial, o Mister John Toshack, com quem tive o prazer de trocar animadas palavras e a quem pude apresentar a minha filha, apreciadora do desporto em geral e do futebol em particular.
Fica a fotografia, para eternizar o momento.
Os meus parabéns ao Miguel Leal e ao Luís Castro.
Conheço muito bem o treinador do Penafiel, prof. Miguel Leal, há mais de 12 anos. Foi sob a sua batuta e do parceiro e amigo Rui Quintas que revolucionou o futebol jovem do clube, e permitiu o aparecimento de jovens de grande talento.
O Penafiel, verdade seja dita, foi há vários anos o clube que apostou em jogadores jovens e formados no clube - chegou a alinhar com oito jogadores nacionais. A título de exemplo, veja-se a equipa que subiu à primeira divisão no longínquo ano de 1987 - donde faziam parte jogadores como o Vasco, Caetano, Carlos Alberto, Nini, Elias, Cerqueira, entre outros.
O Miguel Leal é um treinador talentoso com quem trabalhei directamente no ano da subida do clube à segunda liga - na época, desempenhou as funções de treinador adjunto. Domina todas as áreas do treino e é acima de tudo um grande companheiro.
Parabéns, igualmente, a todos os jogadores, com relevo para aqueles que trabalharam comigo, e um abraço especial para os meus amigos Dr. Diamantino Pedroso, Manuel Moreira e António Ribeiro.
Em relação ao Luís Castro, um senhor do futebol português, meu amigo pessoal, fiquei bastante triste com os resultados do Porto sob a sua batuta, - queria e desejava que conseguisse melhores resultados desportivos. Independentemente de tudo, demonstrou todas as qualidades que conhecia dele nos dois anos como treinador do Penafiel - grande personalidade e coragem - tendo assumido as responsabilidades pela má época do Porto, cuja equipa principal liderou apenas por um curto período de tempo, o que demonstra a sua humildade.
Foi uma vergonha a decisão da CAP no caso Bruma.
Foi uma vergonha o silêncio da Liga e da F.P.F.
Foi uma decisão política.
Mais não digo...
Estava a olhar para estas fotografias e pensei, como não podia deixar de ser, que o tempo voa e não volta atrás.
Recordo que tinha, nesta fase, capacidade física para fazer noventa minutos e se fossem precisos fazia outros noventa minutos.
Hoje, a realidade é outra. Farto-me de "rir" nas aulas de ginástica intensiva - três vezes por semana com a minha mulher e a minha filha, de uma hora cada. A verdade é que esforço-me bastante, mas a realidade é outra. Dói-me tudo, então das articulações nem se fala.
Nas fotos, estava no auge das minhas capacidades físicas. Hoje, talvez, esteja no auge das minhas capacidades mentais.
Eis a questão: Se nos dessem a escolher, qual seria a melhor opção?
Sinceramente, para mim e penso que para qualquer um, seria muito difícil escolher.
A verdade é que cada um dos momentos tem a sua beleza, as suas virtudes, as suas vantagens e desvantagens.
É a lei da vida.
Por isso, como os momentos jamais se repetem, importa viver com a intensidade possível cada uma das fases da nossa vida e se possível desfrutá-las na companhia daqueles que mais valorizamos, quer sejam familiares e amigos, mesmo que estes últimos sejam circunstanciais.
Esta será, com toda a certeza, uma data de grande tristeza para todos os benfiquistas, desportistas, para os moçambicanos e também para os desportistas da Guiné-Bissau que não esquecem o Mário Coluna, pelo grande apoio e disponibilidade em acompanhar, aconselhar e orientar a selecção aquando da deslocação ao Senegal para a realização do jogo de apuramento para o Campeonato Africano das Nações.
MUITO OBRIGADO COLUNA E ATÉ SEMPRE.
Nasceu em Bissau mas o futebol empurrou-o para Portugal aos 16 anos. Vinha para Alvalade mas começou no Benfica, onde se cruzou com Eusébio, Humberto Coelho, Nené e outros históricos. Depois foi fisioterapeuta, treinador, formador, um verdadeiro homem dos sete ofícios. Aos 39 anos decidiu tirar o curso de Direito e o caso Bruma/Sporting, no Verão, deu-lhe uma notoriedade inesperada. Jogou no Penafiel, onde foi também secretário técnico e director desportivo. A Taça da Liga tem agendado um Penafiel-Sporting para hoje, motivo pelo qual decidimos falar com Bio (alcunha dada por Jesualdo) e recordar a sua curiosa história de vida. Já se fizeram filmes por menos.
Vinha da Guiné para o Sporting, aos 16 anos, mas acabou na Luz. Recorde-nos lá esse episódio.
Apanhei o [autocarro] 46 em Moscavide, que passava em Alvalade e na Luz. Disse ao motorista para me avisar quando chegasse a Alvalade, deve-se ter esquecido e só me avisou em Benfica. 'Não há problema, eu saio aqui'. Informei-me, disseram-me que ia haver treino, na altura o professor Arnaldo Teixeira autorizou que eu treinasse. Já não me deixaram sair. Mudei-me para o lar do clube e vivi lá três anos. Era por baixo do 3º anel, na altura ainda não havia o luxo do Seixal. Mas vivíamos bem, tínhamos condições e um ambiente porreiro.
Como foi chegar a Portugal em 1980?
Foi o concretizar de um sonho. Antes da independência da Guiné, havia a tendência de os alunos do secundário terem uma bolsa de estudo para países de esquerda como a União Soviética, Jugoslávia, Cuba. Tive sempre ambição de vir para um país europeu. Essa foi a primeira vitória: vir para Portugal e para um sítio onde pudesse concretizar o sonho de ser jogador de futebol.
O que guarda com mais carinho dos três anos no Benfica?
O contacto com os jogadores seniores já era um grande privilégio. Na altura era o Humberto Coelho, o Veloso, o Diamantino, o Carlos Manuel... No segundo ano por vezes já treinava com a equipa sénior quando havia jogadores lesionados, havia alguma convivência. Treinar com o Eusébio nos juvenis... são aprendizagens para toda a vida.
Vir de um meio totalmente diferente e pouco depois ver-se ao lado dessas figuras do futebol português mexeu muito consigo?
Só estar ao pé deles... nós tratávamos os jogadores por senhor, havia um grande respeito. O prazer que nos dava bater as botas dos seniores. Termos essas botas nos pés durante dois ou três dias, às vezes com algum sacrifício, mas ao mesmo tempo com grande prazer de pensar que essa bota ia para um jogador da equipa principal. São tempos inesquecíveis.
Algum ensinamento especial?
Duas coisas engraçadas. Às terças e sextas normalmente tínhamos banhos e massagens e partilhávamos a sauna com o Eusébio. Ele ia sempre para o último degrau durante uma hora, tinha cá uma caixa torácica! Nós miúdos entrávamos e saímos, e ele ralhava connosco 'ou ficam e fecham a porta, nem que seja no degrau de baixo, mas ninguém sai'. Quando ia treinar com os seniores usava pitons de alumínio e no estádio da Luz vínhamos do relvado para o balneário pelas escadas. Quando vinha a descer estavam os seniores cá todos em baixo, o Shéu, o Humberto... começavam a dizer ao Nené 'olha que vem aí o Bio'. Porque eu dava muita porrada, pelo menos é o que dizem [risos]. São coisas que ficaram, foram bons tempos.
Foi treinado por Jesualdo Ferreira no Benfica.
Um episódio engraçado que tive com o professor foi no primeiro jogo que fiz pelo Benfica, no torneio da Torralta. Pôs-me a jogar a trinco, estava um calor abrasador. Com o jogo a decorrer, e um lançamento do outro lado, venho a correr para o banco para beber e diz-me ele 'ou vais já para o teu lugar ou vais recambiado para a Guiné' [risos]. Fiquei tão traumatizado que durante toda a carreira dificilmente bebia água, a não ser que o jogo parasse mesmo. Serviu de lição, nunca mais. Participava também em muitos jogos das reservas, já com o Eriksson como treinador.
Chegou a fazer algum jogo pela equipa principal?
Fiz um jogo, era uma homenagem a uma figura do atletismo que falecera. Foi um Benfica-Sporting e joguei na segunda parte. Entretanto assinei contrato profissional e fui emprestado ao Farense onde estive emprestado três anos.
E em Faro encontra históricos do nosso futebol como Jorge Jesus e Paco Fortes.
Nos primeiros anos apanhei sempre equipas com jogadores experientes, internacionais. Gil, Quaresma, Jesus, Amaral, Óscar, Carraça, era um miúdo no meio daquelas 'cobras'. Serviu para aprender, foi uma escola de vida importante.
Depois começa uma longa ligação com o Penafiel. Enquanto jogador, o que recorda do clube?
O que me marcou mais é que é um clube presidencialista, com apoio quase sempre da câmara. As pessoas que gravitam à volta do presidente são sempre as mesmas em 20 anos. Mesmo quando muda o presidente, a equipa de apoio é a mesma, o que é engraçado, as pessoas têm uma ligação muito grande ao clube. Foi onde atingi o nível mais alto em termos exibicionais. Estive duas épocas na Liga, tínhamos uma equipa muito jovem, havia aposta na formação. Existia uma grande camaradagem. Recordo que íamos para o rio, à pesca, sete ou oito jogadores. Quer dizer, não pescávamos nada, era mais para o convívio. Foram anos muito gratificantes. Depois quando regressei, terminei a carreira e convidaram-me para secretário técnico, depois director desportivo, estive lá 11 anos.
Como era o jogador Bio?
Era muito concentrado, rápido, muito agressivo. Se fosse hoje provavelmente não acabava a maior parte dos jogos. Mas era muito disciplinado, apanhava muito poucos cartões amarelos. Fazia o campeonato quase todo a ver quatro ou cinco amarelos. Tinha uma percepção de quando ia sair um amarelo, o jogo estava num ponto que eu pensava 'o próximo, vai mamar'. Deixava-me estar ali sossegadinho, ele dava mais um ou dois cartões, e pensava 'já posso abusar mais um bocadinho'. Jogava muito para a equipa, muito trabalhador, eram as minhas características. Joguei sempre a lateral direito ou fechava no meio a marcar o segundo ponta-de-lança quando jogávamos contra equipas grandes.
Uma lesão no joelho fê-lo abandonar...
Foi repentino, deixei de jogar aos 28 anos - temos sempre o projecto de jogar até aos 32, 33 - e não tinha perspectivas. Comecei a pensar o que ia fazer. Bom, nem todos podemos ser treinadores, então decidi tirar o curso de fisioterapia. Nisto fui convidado pelo Eurico do Tirsense, onde tinha jogado. Trabalhei como massagista durante época e meia, mas como vivia em Penafiel, o que pagavam não compensava as idas e voltas e deixei o clube. Tinha montado um salão de cabeleireiro para a minha mulher, depois abri uma pequena clínica onde exercia e nisto o Penafiel convida-me para secretário técnico. Comecei a participar nas reuniões da Liga, na altura discutiam-se as alterações da Lei de Bases do Desporto e eu participei com um director do clube. Quase todos os clubes estavam representados por advogados, e foi a partir daí que começou o bichinho. Já tinha feito o curso de técnico profissional de Arquivo em pós-laboral, mas o estágio era no período diurno e eu tive dificuldades, eram 120 horas e só fiz 80. A minha mulher chateava-me 'foste gastar dinheiro e agora não acabas o 12º ano'. Eu disse-lhe um dia 'vou fazer o 12º e um curso superior', 'és maluco', respondeu-me. E foi assim.
Mas também fez o curso de treinador.
Sim. Um dia um amigo disse-me que havia uma equipa que tinha descido de divisão e precisava de treinador, o Souselo. 'Não queres ir treinar?' E fui. Foi uma experiência engraçada, tinha uma excelente relação com os jogadores. Às vezes digo à minha mulher que eu dava um grande treinador. Ela goza comigo porque fui despedido no dia dos meus anos. Só perdi dois jogos e empatei dois em casa com autogolos. Depois os treinadores da formação começaram a minar, acontece muitas vezes nestas equipas das terriolas, foram eles para a equipa e desceram de divisão. Quando saí estávamos em terceiro. Depois criei uma escola de futebol, "Os Diabretes". Lá me entretinha com os miúdos, foi a primeira escola naquela zona, com cerca de 60 crianças. Foi engraçado.
É o verdadeiro homem dos sete ofícios.
Sim, cheguei a dar formação sobre cidadania e empregabilidade. É tudo complementos para aquilo que sou hoje. Dei formação em Santo Tirso a pessoas com 50 e 60 anos, que estavam desempregadas. Aprendi a lidar com elas e sensibilizei-as para a aprendizagem. Depois dei formação em Penafiel a miúdos de 15 e 16 anos. Eram rebeldes e foi outra estratégia, como conseguir que se concentrassem nas aulas.
Aos 39 anos vai tirar o curso de Direito. O que o levou para essa área?
Sempre gostei de estudar, nunca fui materialista no sentido de querer grandes carros, gosto de investir no saber, é algo que nunca ninguém me vai tirar. Gostei sempre de ler e escrever, uma coisa foi puxando a outra. Se não tivesse saído do Souselo, se calhar hoje era treinador, são circunstâncias da vida que nos levam a optar.
Trabalhava ou dedicou-se exclusivamente ao curso?
Não, era impossível dedicar-me só aos estudos. Trabalhava no clube durante o dia, as aulas começavam às 18h30 e nunca cheguei a horas à primeira. Saía de Penafiel no final do treino, ia a correr para a faculdade, chegava a casa às 23h30 para jantar. O que ganhava no Penafiel não dava para grandes luxos. Tinha de fazer aquela ginástica que toda a gente faz, não cumpria o prazo de pagamento da propina porque sabia que com o que ganhava só com grande ginástica é que conseguiria tirar o curso. Nos primeiros meses chegava e a minha mulher já estava a dormir. Depois saíram os resultados das primeiras frequências e eu não deixei nenhuma cadeira. A partir daí chegava a casa e ela estava acordada para me aquecer o jantar, acabou por se envolver, foi um projecto familiar. Estudar já como chefe de família, até às duas ou três da manhã, foi uma luta intensa.
O que fez desde que saiu do Penafiel até aparecer agora no caso Bruma?
O curso dá-nos o saber mas a experiência dá-nos muito mais. Antes do curso de Direito já trabalhava com as normas e regulamentos desportivos. Dava apoio jurídico a alguns jogadores, mas nada como o caso do Bruma. Tenho um amigo que me diz que o meu nome agora tem mais valor. Quem estuda o fenómeno da publicidade sabe que não há dinheiro que pague esta exposição, 'Bebiano Gomes' todos os dias na imprensa. Foi a parte boa que me pode ajudar, mas também foi duro. Foi um caso excepcional, numa altura em que não havia notícias, apareceu isto e foi tudo atrás. Há coisas que não conseguimos controlar, a imprensa tem outro poder. Quando damos por nós já estamos numa embrulhada, no sentido de como tudo se exponencia, que se não tivermos cautela somos completamente triturados, não pela imprensa mas pela opinião pública. Felizmente acho que o que contribuiu para não sair chamuscado neste processo foi a coerência do meu discurso desde o início, respeitando as partes e defendendo os interesses do meu cliente.
Olhando para trás, acha que cometeu algum erro de análise? Voltaria a fazer o mesmo?
Não obstante todo o burburinho, quando chegámos perto da decisão final, houve uma grande entrevista do presidente do Sporting a um jornal desportivo. Quem ler com atenção vê ali recados implícitos e uma grande pressão sobre quem ia decidir, claramente. Quer queiramos ou não, o Sporting é uma grande instituição. Hoje faria o mesmo em todos os pontos, o meu comportamento podia variar dependendo da resposta do outro lado. Se fosse tal qual como foi, a minha posição seria a mesma, não alteraria nada. Pela primeira vez dão-nos a oportunidade de dizer que foi uma decisão política. Porquê? Quem conhece as normas desportivas sabe que a FIFA nunca permitiria que um jogador com 16 anos assinasse contratos com a extensão que ele assinou; por alguma razão ainda hoje nenhuma outra equipa inscreveu um jogador nestas condições.
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O que o acórdão diz é que os trabalhadores menores podem assinar contratos por 4, 5, 6 anos, e no desporto não pode ser o contrário. Ou seja, esta ignorância da lei desportiva, com este acórdão, diz que um jogador pode assinar até oito anos, que é o máximo. Então se pode assinar por que é que até hoje nenhum clube assinou com nenhum jogador menor por mais anos que as normas FIFA permitem, que são três? O que nós pretendemos sempre foi que o Bruma não ficasse no Sporting com aquelas condições, todos sabem quanto ganhava e as propostas que havia na mesa, que o Sporting não aceitou. Não mudaria nada se o comportamento da outra parte se mantivesse.
O ruído que se gerou foi prejudicial para o atleta. Não gostaria que o caso se tivesse resolvido de outra forma?
Quem acompanhou a história desde o início sabe que tivemos sempre a porta aberta para negociar com o Sporting. Infelizmente o presidente delegou numa pessoa que, para mim, não teve sensibilidade para gerir o processo. Nós não tínhamos intenção de dizer que o Bruma ia sair, o que dissemos foi que ele não podia assinar por estes anos mas estávamos abertos a que se sentassem connosco para negociar. Quando o presidente exige a presença do jogador nas reuniões... Ninguém é perfeito, se houve falhas do nosso lado, também houve do outro. O Bruma não saiu prejudicado, antes pelo contrário, e o Sporting muito menos. Fez um encaixe financeiro numa altura em que precisava muito, de 12 milhões, com um jogador de 18 anos, com possibilidade de encaixar mais três. O Bruma foi para um clube que lhe proporcionou outros desafios, e o Sporting saiu a ganhar financeiramente. Mesmo com a decisão da CAP, estou tranquilo, sei que se alguém ganhou esse processo fomos nós. Foi uma decisão com base em tudo menos naquilo que são as normas da FIFA.
Esteve esta semana na Turquia. Como está o Bruma psicologicamente, ainda tem esperança de ir ao Mundial?
Está mentalizado que perdeu o Mundial. A conversa que tive com ele foi sobre o futuro dele como jogador, e para ter esse futuro tem de fazer uma recuperação sem pressas, acompanhado de pessoas que o possam ajudar, e que esteja pronto no início da próxima época. São circunstâncias da vida e agora há que recuperar. O campeonato termina em Maio, mesmo que recupere mais cedo são quatro meses sem competição.
Hoje há um Penafiel-Sporting, clubes aos quais tem ligações, embora por diferentes razões. Torce por quem?
Pelo Penafiel, porque foram 20 e tal anos numa cidade e num clube onde fui muito bem tratado. Não posso desejar outra coisa que não seja a vitória do Penafiel, é a equipa onde joguei...
Parece que houve sempre algo a afastá-lo do Sporting...
Não tenho absolutamente nada contra o Sporting, respeito o clube e sempre disse que merecia ver rentabilizado o investimento que fez no jogador. Há quem diga que o presidente é populista, mas como adepto o que posso dizer é que o Sporting tem quem manda. Se manda bem ou mal, isso são os sportinguistas que têm de dizer. Mas é preferível ter um mau presidente que se assuma como presidente, do que ter um bom presidente que não se assuma. Tenho de dar o mérito ao seu presidente. Em relação ao Penafiel, foi o clube onde joguei quatro épocas e trabalhei durante 11, portanto é natural que a ligação seja muito mais forte.
Jogador, fisioterapeuta, formador, advogado. O que vai fazer no futuro, a carreira de treinador ainda está nos horizontes?
Não posso dizer que não, embora só tenha o II nível. Tenho as ferramentas todas para liderar uma equipa, se esse convite vai surgir ou não, não posso dizer. Acredito que se aparecer essa oportunidade, se na altura entender que devo aceitar, tenho condições para exercer com competência essa actividade.
Hoje é um dia triste para todos os desportistas, com a notícia da morte do Rei.
O mundo do futebol está de luto.
Manifesto as minhas sentidas condolências à famíla do Eusébio.
Foi com enorme prazer e orgulho que convivi com ele - durante uma época desportiva, enquanto fazia parte da equipa técnica dos juvenis do Benfica.
Foram momentos inesquecíveis e posso garantir-vos que encaixam na perfeição todos os adjectivos que fomos escutando durante o dia.
Era uma pessoa extraordinária com quem aprendemos muito e guardarei para sempre os seus ensinamentos.
EUSÉBIO SEMPRE
O prometido é devido.
Fechou-se o capítulo Penafiel.
Reafirmo que estarei sempre disponível para ajudar no que entenderem necessário, porque adoro o clube.
Na verdade, as pessoas que dirigiam o clube precipitaram-se com o meu despedimento - diziam eles que com "justa causa".
Se me tivessem dado ouvidos jamais teriam perdido os pontos, porque a acusação da Liga estava mal fundamentada e não tinha pernas para andar - bastaria lê-la com a atenção devida. Aliás, a vontade de me despedir foi tanta que não se deram ao trabalho de contestar.
Dois anos e meio a lutar em tribunal para a reposição da verdade e, finalmente, o Penafiel veio a reconhecer no documento de transacção que o despedimento não se deveu ao trabalhador e assumiu pagar uma indemnização por danos patrimoniais e não patrimonais de €37.500,00.
Devem dar graças ao esforço titânico da Juiz do processo, penafidelense de gema, que fez de tudo para que fosse este o desfecho.
O mesmo é dizer que se comportaram muito mal com quem se dedicou ao clube de corpo e alma durante mais de uma década.
Aproveito, desde já, para agradecer a oportunidade que me deram de regressar a Lisboa e quanto ao resto já todos sabem. Não podia estar melhor.
Com esse comportamento, pensavam que iria ficar atolado e a mendigar. ENGANARAM-SE redondamente. Foi tudo menos mendigar e permitiram-me dar um salto qualitativo na minha vida. MUITO OBRIGADO ao presidente António Gomes e ao vice-presidente Augusto Teixeira e a toda a direcção que os acompanhavam.
A verdade vem sempre ao de cima.
Em junho de 1980 cheguei ao Benfica e o meu primeiro treinador foi o professor Jesualdo Ferreira. Aliás, foi ele que me batizou com o nome de Bio.
Moldei-me como homem um pouco à imagem do professor e penso que o Sporting acertou no homem para recuperar o espírito vencedor e de confiança necessário para enfrentar o que falta disputar no campeonato.
Para terem noção da sua garra:
No primeiro jogo que realizei com os júniores do clube, no torneio da Torralta, já lá vão mais de trinta anos, apertava e muito o calor algarvio. A meio da primeira parte, estava a jogar a trinco e corri para a linha lateral para beber um pouco de água - levei um raspanete do professor: "Ou voltas para o teu lugar, ou vais recambiado para a Guiné".
A sua competência não se resume, nesta data, à experiência acumulada na gestão das equipas e na orientação das mesmas em jogo, mas também no domínio da componente física. Trata-se de um excelente preparador físico. Saí das camadas jovens do Benfica tão bem treinado, quer física, quer mentalmente, que nunca mais tive medo de qualquer preparador, mesmo dos empíricos e muito menos das camisolas. Incutiu-nos um espírito ganhador, de jogadores agressivos (no bom sentido do termo) e com respeito pelos adversários. Nunca medo.
Gosta de jogadores com responsabilidade, carácter e respeito.
Só posso desejar ao professor e amigo de longa data grande sucesso no Sporting.
Já há algum tempo que não vos escrevo, mas a época natalícia exige sempre especial atenção.
2012 foi um ano de mudanças muito positivas na minha vida e na da minha famíilia.
Depois da vinda da minha esposa para Lisboa e da minha um pouco mais tarde, voltou a minha filha às origens e as coisas não podiam estar a correr melhor. De facto, Lisboa é uma cidade fabulosa e cheia oportunidades aliciantes, que cumpre aproveitar.
Para 2013, só posso desejar que tudo se mantenha, dentro do possível e que possamos estar, daqui a um ano, tão felizes como estamos agora.
Despeço-me, então, com votos, para todos os meus amigos e familiares, das maiores felicidades para esta época festiva e de muito sucesso pessoal e profissional.
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